retorno

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

"era aquela pica", ele pensava quando se perguntava porque. "só podia ser..."

ela voltou e assim que chegou, no mesmo dia, já tinha na ideia ir até lá. tanto que subiu pelas escadas até em casa, colocou as malas na sala sem as desarrumar, e já desceu para encontra-lo. quando o encontrou, lhe abrigou num abraço confortável e sentiu aquele aperto desapertar, sentiu sufocar aquela saudade, sim, sentiu mesmo! mas no momento seguinte, no instante fotografico, ela ja pensou no que queria de verdade com ele: foder. aquela pica dentro dela de novo, daquele jeito que ele sabia fazer bem feito, o jeito de colocar, de mexer, de subir por cima, bem daquele jeito que ela havia aprendido a gostar do sexo. e lá estava ele esperando, logo na esquina, e no semblante que dizia uma paciencia infeliz, um olhar denunciando uma feliz impaciencia. ela então dissimulou um clima ameno, de amizade, pra não dizer o que realmente descreviam seus olhos: "estamos indo trepar, mas não precisamos ser tão especificos. portanto, dissimulemos!". e ele tambem dissimulou, foi réu confesso: fazia parte do jogo pra ficar mais emocionante dissimular, fazer de conta que iam comer pipoca, ou brincar com o gato: qualquer coisa menos sexo!

ele abriu a porta de casa e algo já a impeliu pra perto, um magnetismo corporal, algo térmico que os aproximavam instintivamente. ele mal girou e concluiu o fechar da porta e já estava sendo arrastado pelo antebraço, pego pela mão feminina macia e firme determinada ao que queria fazer. sem conversa, só um beijo urgente e cambaleante em direção ao quarto. quase correm pela sala até o quarto e ela se atira na cama, olhando fixo nos olhos e procurando tirar os sapatos às cegas quase como se ja não estivessem vestindo os pés.

ele assinala com a mão pedindo um minuto para ir ao banheiro esvaziar a bexiga. procura um pacote de camisinhas no espelhinho e volta rápido, aquela adrenalina ja correndo pelo peito, já sentindo a ereção armar apertando contra o jeans justo. encontra ela nua, completamente, em cima da cama olhando pra ele. aquele olhar. um olhar hipnotico com aquela cara de "me come gostoso, pelo amor de deus, que eu tou louca por uma trepada descente há meses e me dou todinha pra voce do jeito que eu sei que voce gosta". tudo isso dito num olhar fixo e dilascerante, que penetrava, queimava, excomungava até um ateu por natureza. "do jeito que EU SEI que voce gosta". e sabia, era verdade. só não sabia o que era melhor: sentir o tesão que lhe corria, subindo da bunda pela espinha até explodir aquele formigamento na nuca, ou sentir o prazer dele fazendo o que ele gostava, que ela SABIA que ele gostava, e que gostava mesmo. mas não importa: sabia perfeitamente o quanto era bom pros dois, o quanto se divertiam e se preenchiam desse modo.

"senti saudades", a primeira palavra que ela diz desde o momento que se encontraram. "eu também. voce nem sabe quanto", ele retruca. só daí em diante as palavras começam a ter seu significado, a tomar seu posto entre os jogos de olhares e insinuações, só aí a lingua fica concreta pra tomar forma de um instrumento sexual. e eles sabem que as palavras mais explicitas, mais sujas, serão as mais saborosas daí em diante.

então ele, parado na porta do quarto e olhando aquele corpo faiscante, queimando de tesão sobre sua cama, sente sua ereção bater um estagio de rigidez metálica. e avança por sobre ela.

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