magnético

domingo, 14 de fevereiro de 2010

sempre achei que pessoas são como ondas de radio: elas flutuam entre si, passando umas pelas outras sem uma ordem racional ou coerente. mas algumas se interagem, se descobrem parecidas, com a mesma função, repartem seus eletrons entre si e discorrem lado a lado até um destino pré-concebido. elas não sabem, simplesmente não sabem como ocorre essa sintonia, mas magneticamente viajam sincronizadas até atingir a próxima antena, onde ganham força e partem pra próxima antena, assim por diante. pessoas são assim também: vagam umas entre as outras e de repente algumas delas se fisgam magneticamente, sem uma explicação aparentemente lógica no início, mas quando trocam os eletrons simplesmente compreendem como aconteceu.

naquele momento eles estavam sincronizados. se compreendiam instantaneamente somente com um olhar. um músculo se movendo retrátil ou um reflexo mental deliberado já explicava toda uma situação, como se existissem códigos restritamente compreendidos apenas pelos dois. dessa forma, a subsequente troca de elétrons - entenda isso como sexo - funcionava com simetria impressionante, levando-se em conta o pouco tempo que lhes foram dados a se conhecer.

essa sincronia unicelular junto com o fogo da exploração e das descobertas já era o bastante ao momento que se encostavam; um simples toque, assistindo um filme qualquer, acomodados no sofá da sala, já alterava toda uma calma e inocente situação de entretenimento num ato erótico incendiário. ela se acomodava deitada com a cabeça em suas coxas, e com as pernas bem torneadas expostas procurava uma posição confortável, enquanto o braço dele já se esgueirava silenciosamente através de suas costas, até o dorso bronzeado e aveludado que arqueava ao contato das pontas quentes dos dedos dele. nesse momento alguma força magnética invisivel levava as mãos dela de encontro a virilha dele, apertando, deixando fluir calor. cada aperto dos dedos dela levava a mão dele a deslizar em direção da pele macia de sua bunda, sentindo toda aquela divina forma arredondada como se houvessem scanners nas pontas de cada dedo. ela por consequencia aproximava cada vez mais a mão do membro já enrijecido. já sentia o volume por cima da calça, acompanhava a trajetória toda de onde o pau começava, firme e duro, até o final não muito bem identificavel, que deixava um pequeno declive na calça nessa rota dos dedos.

na outra extremidade ele ja aproximava os dedos ao meio das pernas dela. já sentia a pele dela esquentar a partir do estreitamento entre as coxas. instintivamente ela abria as pernas pra lhe permitir. o sinal era compreendido, os dedos deslizavam pelos lábios já umidos, as coxas dela se abriam mais, sua bunda arquejava pra cima. tudo sem pensar, sem controle, sem uma pré concordancia, era só instinto e tesão aflorando por entre suas pernas. a buceta já permitia os dedos que eram nela acomodados, ela se lubrificava e se expandia, numa mensagem clara que precisava ser penetrada, preenchida em seu espaço completo. o quadril se movia em sequencia automaticamente, como se movimento traduzisse palavra: "enfia e tira, enfia e tira", o quadril dizia.

as coisas começavam a tomar forma a partir daí: ela tornava concreto o ato de desejo ao abrir o ziper da calça dele e procurar um caminho mais pratico e rapido pra puxar seu membro pro lado de fora. solto assim ela sentia o impulso de manipulá-lo, apertar o membro quente e duro feito rocha, senti-lo pulsando em seus dedos. do mesmo modo que ele antes escaneava sua bunda com a ponta dos dedos, ela o fazia agora com a rola, sem olhar, só sentindo o comprimento, o volume, o calor que esse pau emanava, a combinação que esse membro causaria com o calor e a umidade que sua buceta produzia naquele momento. imaginava tudo isso quando, enfim, sua cabeça se mexeu por sobre o colo e ela dirigiu a cabeça do penis para a ponta dos seus labios macios. a lingua primeiro, pra sentir o calor e o sabor da pequena gota do liquido viscoso que já saia da ponta. enfim levou o pau por completo para dentro da boca. sentiu-o pulsar em volta de seus lábios. girou a lingua por volta de toda a cabeça. sentiu ele impetrar um certo movimento de vai e vem, leve, como se os quadris dele não conseguissem segurar o impulso.

o quadro de desejos estava pronto: a televisão ligada apenas pelo som e pelo movimento da imagem, sem importancia maior, só pelo valor da estática preenchendo o espaço vazio da sala. e os dois no sofá, ela de bruços com o membro dele inteiro na boca, ele meio sentado ainda, arquejado pra frente, com o braço esticado passando pelas costas dela, seus dedos explorando cada pedaço úmido da buceta dela, tocando levemente a ponta ensopada do clitóris. ocasionalmente deslizava a ponta do anular pra cima, molhado, circulando delicadamente o contorno do anus dela, sentindo os refexos naturais que sincronizam com a pulsação arterial. sentia-a ofegar com cada toque, cada penetração, cada fisgada que seus dedos davam nela e a puxavam em sua direção, com uma certa brutalidade contida, usando apenas o peso de suas mãos másculas cobertas de veias expostas.

"vamos pra cama", era a única palavra que sobrava num vasto vocabulário, porque nenhuma outra se empregaria ali tão certeira, naquele momento, naquela excitação toda. a caminho da cama, roupas se espalhavam desordenadas pelo chão da sala, prevendo a completa entrega dos dois à satisfação, à luxuria, ao gozo e à exaustão fisica, todas numa sequencia natural, o prazer como necessidade, como um bem natural e necessário a todo ser consciente de sua existencia e de como usufruir dessas poucas mas satisfatórias dávidas entregues ao seus corpos: a melhor droga já nasceu conosco, e assim como qualquer outra droga, é só saber fazer bom uso dela. e era ali na cama que descobriam como fazer os atomos girarem em conjunto, emprestando eletrons um ao outro. e as ondas de radio se encontravam no ar e flutuavam numa mesma direção, não sabiam pra onde, mas isso não importava. elas apenas flutuavam juntas.

1 sussurros:

Anônimo disse...

GOSTEI,...
NÃO QUERO LER CORRENDO, ENTAO EU VOLTO!
O POUCO QUE PERCEBIDO , ADOREI!
BEIJU
T I N I N

 
*eu vejo em vermelho* - by Templates para novo blogger